segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Penso que penso

Aí vêm me dizer que estou errado. Nem sabem o que eu penso!
Na verdade eu sei que estou errado, sempre estamos, não é mesmo?
Eu caminho pelos corredores da minha mente tentando me conhecer e acaba acontecendo o contrário, disso eu tiro a lição: sou incompreensível. Acho que todos os seres humanos o são.
Por que então muitas vezes temos a pretensão de conhecer outra pessoa ou até mesmo desejar ser compreendido? Por que perdemos nosso tempo e nos perdemos de nós mesmos tentando encontrar outra pessoa num vazio morto de carne e pêlos, um obstáculo às almas.
Cada vez mais busco ideias concisas e lineares em vez da tão tradicional divagação e flutuação de tudo que me vem na cabeça, é ao som de reggae que escrevo que não vou mais divagar, e escrevo isso divagando, como quem flutua em leite. Eu devo ter tetraidrocanabinol na veia, só pode.
E o pior é que às vezes eu ainda tento ter sentido.
E as pessoas sempre falando que eu estou errado, sendo que nem conseguem me compreender.
Nem eu mesmo consigo, o pensamento é mais rápido que os dedos e quando eu penso, o cursor já nao acompanha mais o que eu pensara, já era: ideia perdida.
Eu tenho sonhado com muitas coisas estranhas, que revivem sensações, eu descobri que nao me conheço quando sequer consegui entender essas sensações. Quando eu as entender eu limpo a bunda com elas.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Amigos postiços: tem coisa melhor que amigos postiços?
Eles te fazem pensar que você é popular, eles conversam com você sobre assuntos pra lá de interessantes, e sequer implicam com você se fala qualquer merda ou o ofende. São realmente incríveis. O que mais me estranha é que eles sempre sorriem e te convidam pra um encontro que nunca dá certo, e ainda, tem sempre alguma coisa pra fazer e sempre algum assunto pendente com você.
Outro dia passei por um que deu um tapinha nas minhas costas e disse que a gente precisava se ver mais, e eu o convidei para irmos em algum bar tomar alguma coisa, ele disse que estava sem tempo mas que qualquer dia a gente ia. Ia nada. A gente no máximo se encontra mais umas vezes e fala a mesma bosta, e pior é que às vezes eu até acredito que a gente possa ser amigo. Um a menos pra encher meu saco, ou pra entupir a agenda do celular. Tenho alguns Daniéis e outra penca de Lucas na agenda e não conheço a metade.
Ainda bem que tenho uma porção de amigos chatos e sem o que fazer que me acompanham em quase tudo. Até porque eu acho uma chateação ter que ficar agradando desconhecidos só pra parecer popular.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

À morte:

Um dia você há de vir, nós duas sabemos. Não que isso me dê o direito de pedir alguma coisa, mas eu sou uma humana abusada e sem limites. Pedirei.
Quando você vier, que não venha lenta e calma. Venha súbita e turbulenta, à imagem da minha vida.
Que eu saiba ou sinta algum tempo antes, pois as devidas providências devem ser tomadas, cheiradas, fumadas e fodidas.
Que não venha em vão!, pois em vão basta minha vida...
Que não venha dolorosa, pois dolorosa já foi a vida.
Que venha!, eu peço; venha vermelha, sangrenta e em público! Venha raivosa, amarga, doce! Venha como a cereja no topo, ou como o barulho da colher no fundo do prato! Venha, eu sei que seremos amigas. Pois se fui inimiga da vida a ponto de desejar-te, existirá amizade no fim do túnel.