domingo, 10 de janeiro de 2010

Aqualung

Meu marca-passo é minha escrita. Quando o psiquê fraqueja, e meus instintos pedem uma droga, ou algo que o valha. Meu marca-passo é a escrita.

Quantas vezes já não me senti tão melhor por essas palavras soltas sem destino, sem objetivo? Palavras que não se eternizam, e se perdem no meio de tanta informação que temos, ideias que apesar de novas e mirabolantes para mim, não tem o menor sentido, e nenhuma originalidade quando vistas por outrem.

Eu, entre a tentativa frustrada de escrever algo que valha e o prazer que sinto em escrever o óbvio, acabo por produzir sobre temas que de tão usados, deixam o rastro de tédio, impossibilitado de criar, sem o benefício dos deuses: a originalidade.

Entretanto é meu marca-passo, é minha 'pedra de Prometheu'. E eu continuarei a reproduzir o trivial até que o copo caia e acabe a festa.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Trilha sonora

É ao som de 'Quadrophenia' que eu me esforço pra pensar em alguma coisa interessante para o primeiro texto do ano. Nada vem a cabeça, um vácuo preenchido por sons que às vezes até me irrita, por outras me confunde, mas sempre me acompanha. Enquanto jogava futebol mais cedo, era ao som de Susie-Q que meus neurônios dançavam.

Pode parecer estranho, e é, mas em todo momento alguma música me preenche e me diz algo. A todo momento o deus do rock se comunica comigo através de alguma canção, alguma letra perdida nos vastos corredores da minha mente, que de súbito me aparecem e revelam seus segredos.

Agora começa a tocar 'I can see for miles', ela me fala algo. Eu ouço. Desligo.

A oração ao deus do rock é no violão, é silenciosa e barulhenta, é louca e contida. Não há porque temer, jovem mancebo, há um violão em seus braços e uma canção em sua mente. Seus dedos se movem na medida certa para que seus labios cuspam a verdade, a vibração é o tom exato que vibra o cosmos.

Depois de orar, eu coloco o violão de lado, a cabeça no travesseiro e vou dormir pensando em algum tema pra outra canção.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Mau cu não tem olho, coisa estranha de ser dita.
Por que então me mandam tomar no olho do cu?
Talvez eu devesse parar de falar cu e usar uma palavra menos ofensiva...
Mas é a palavra ou a ideia de intimidade que é ofensiva?
Ou será que na verdade não é ofensivo, as pessoas que andam sensíveis demais?
Ou será que eu sou desrespeitosa demais?
Talvez eu devesse parar de divagar e fazer algo interessante...
Mas divagar é interessante!
Ou não, às vezes eu não fiz muitas coisas interessantes na vida e ache que coisas imbecis como divagar sejam interessantes.
Ok, vou parar de divagar.
Na verdade acho que já deveria ter parado há muito tempo.

Sobre o que eu estava falando mesmo?