sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Trilha sonora

É ao som de 'Quadrophenia' que eu me esforço pra pensar em alguma coisa interessante para o primeiro texto do ano. Nada vem a cabeça, um vácuo preenchido por sons que às vezes até me irrita, por outras me confunde, mas sempre me acompanha. Enquanto jogava futebol mais cedo, era ao som de Susie-Q que meus neurônios dançavam.

Pode parecer estranho, e é, mas em todo momento alguma música me preenche e me diz algo. A todo momento o deus do rock se comunica comigo através de alguma canção, alguma letra perdida nos vastos corredores da minha mente, que de súbito me aparecem e revelam seus segredos.

Agora começa a tocar 'I can see for miles', ela me fala algo. Eu ouço. Desligo.

A oração ao deus do rock é no violão, é silenciosa e barulhenta, é louca e contida. Não há porque temer, jovem mancebo, há um violão em seus braços e uma canção em sua mente. Seus dedos se movem na medida certa para que seus labios cuspam a verdade, a vibração é o tom exato que vibra o cosmos.

Depois de orar, eu coloco o violão de lado, a cabeça no travesseiro e vou dormir pensando em algum tema pra outra canção.

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