Durante séculos predominou o verbo calar-se. A maioria das pessoas não tinha noções de liberdade de expressão, sendo marcadas pela imobilidade. Com o Iluminismo, já no século XVIII, a discussão dos direitos da sociedade tornou-se habitual. A liberdade foi colocada em voga por pensadores como Voltaire, que defendia a liberdade de pensamento, e Rousseau, defensor da democracia como a melhor forma de organização social.
O sufrágio universal, base da democracia, foi conquistado após revoltas em todo o mundo, como a “Primavera dos povos”, em 1848, em que as massas populares lutavam por mudanças profundas nas leis. No Brasil, a campanha pelas “Diretas já” reuniu multidões nas ruas, numa mobilização popular rara na história do país.
Embora tenha lutado pela conquista da liberdade de voto, a sociedade subestima esse direito. Votar tornou-se, equivocadamente, escolher um representante do país, em vez de representar o alicerce de uma democracia. É imprescindível que conheçamos as leis, os projetos e candidatos, já que consciência e informação são indissociáveis. A tão reclamada consciência representa um processo que une educação e cidadania.
Passaram-se mais de dois séculos desde o Iluminismo. Alcançamos a liberdade de expressão, embora essa tenha se banalizado e perdido seu valor, e conceitos como nação e cidadania não resistiram ao século XXI. Falta-nos reacreditar na democracia de Rousseau, usufruir com responsabilidade do papel de eleitores, agora que o verbo calar-se não mais predomina.
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