quinta-feira, 10 de julho de 2008

Fugaz como o vento

Acoplada ao sentido de viver está a busca pela alegria. Para uma sociedade que a procura de forma errada, o sentido da vida não poderia ser diferente. Sorrimos e nos exaltamos com falsas sensações de felicidade. Sensações efêmeras.
O uso de drogas gera uma pseudo-alegria individual, que financia o tráfico e a criminalidade, marcando a tristeza na face de milhares de famílias todos os dias. O uso de bebidas de forma irresponsável, seja para desinibir, para uma frustrada tentativa de livrar-se de problemas ou para sentir por algumas horas a sensação de estar seguro e auto-suficiente, cria cidadãos marcados pela inconseqüência e inconsciência. São alegrias que nos acorrentam. Vícios que nos fazem mal à saúde e à alma.
O prazer é um pseudônimo da alegria. O consumismo é o exemplo mais comum. Aparentam-se alegres os que compram uma roupa, um carro ou uma casa. Mas é um prazer sacana: não resiste ao primeiro uso. Sendo assim, o consumismo torna-se um vício, pois precisa estar sempre sendo renovado para que gere prazer. Que alegria é essa depositada em roupas? Que gera egoísmo, impessoalidade e mobiliza o funcionamento desregrado de milhões de fábricas no mundo. Uma alegria impensada, que deixará, em lugar de memórias, alguns graus a mais na temperatura do planeta para as futuras gerações.
Passemos para um plano superior. Para Santo Agostinho, alegria é encontrar-se com Deus. A presença de Deus é notada de maneira particular. Um poeta o encontra em seus versos e inspirações. Um músico o encontra quando canta ou toca um saxofone. Podemos ver Deus nas pessoas que amamos. É por isso que estar na presença de quem gostamos nos faz alegres. É uma alegria permanente, sem a individualidade do prazer. Temos o direito de escolher: preencher-nos-emos com uma pseudo-alegria que nos corrói ou com uma alegria que nos alimenta?

3 comentários:

  1. Como não notar a presença de Deus em tamanha inspiração para escrever? Esse é um dom q Ele te deu, Anitcha! Desenvolva-o! =D

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  2. Anaa,sintoo que tenho que comentar porque vc disse que eu tenho!aushuahs mas tava lendo esse texto e parei pra pensar sobre essa "pseudo-alegria" e fiquei me perguntando o que realmente seria ser feliz?! e acho que essa sempre vai ser uma pergunta que ficará com uma interrogação no fim,porque talves tivesse virado uma rotina associar a felicidade a alegria ao dinheiro,poder comprar tudo! Porque a sociedade moderna é edificada no consumo (superfluo)a mídia nos direciona ao consumo com forma de chegar a felicidade!Mas felicidade mesmo é estar bem com o nosso eu interior,sensações com a de dever comprido!e não essa felicidade passageira que o consumismo gera!E a melhor sensação a que verdadeiramente nos edixa feliz é a presença de Deus,pois as vezes estamos com problemas ficamos remuendo sem saber como iremos fazer para solucionar e esquecemos da maneira mais simples:Parar agradecer e entregar tudo nas mãos de Deus!

    Bejooo Thêe

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  3. O plano superior nos traz a alegria ou a alegria nos transporta a um plano superior? Há várias maneiras de se ver a felicidade assim como há vários modos de se enxergar Deus. A alegria é conseqüência direta de nossas escolhas, é resultado de nosso esforço de viver e não de somente passar por uma experiência humana padronizada. Traz felicidade ser diferente, traz felicidade considerar o mundo sob diversas óticas, traz felicidade quebrar paradigmas. O importante mesmo é separarmos a concretização de nossas ambições de nosso ideal de alegria. É entender que se não formos felizes hoje poderemos não ser felizes nunca, porque ninguém tem certeza do amanhã.

    Amei o texto, Ana-gatíssima! Continue escrevendo, por favor. Ninguém pode privar a humanidade de uma pensadora (e pessoa) sensacional como você.

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