Acordei hoje eram 4:22 da manhã. Apesar de uma leve irritação - minha incapacidade de dormir até às 10 me incomoda - eu me senti tranquilo. Nos trinta minutos seguintes fiz uma reflexão, por que tal tranquilidade?
Talvez a tranquilidade venha da segurança - pensei eu, peguei meu livro - O caçador de pipas, eu recomendo - e terminei de ler pela manhã mesmo. Como se eu estivesse em Cabul, vi o que realmente era a miséria e a dor. Às vezes nos lamentamos por muito pouco.
Como estava cedo demais para eu levantar, e obrigar todos da casa a compartilhar minha insônia, continuei as reflexões. Não sei nem ao certo porque escrevo, talvez eu queira compartilhar, talvez seja apenas porque não tenha nada melhor pra fazer [risos].
Minhas reflexões orbitaram em torno dos meus caminhos, das minhas escolhas tomadas na vida. Não foram poucas as vezes que me lamentei por atitudes tomadas sem pensar, ou arrependi por alguma coisa dita, mas percebi que essa lamentação é bem temporária, pois vi que quem eu sou está diretamente ligado a essas atitudes tomadas, sejam elas boas ou ruins. Sem meus erros incontáveis, ou foras ainda mais numerosos, que teria eu aprendido? Sem me arriscar tanto, qual experiência eu teria? Eu sou o resultado dos meus erros. Eu gosto do resultado. Eu gosto de errar.
Andava eu no carro com minha mãe certa vez, e ela me disse que eu não deveria seguir à risca tudo que ela falava. Implicitamente - ou talvez explicitamente mesmo - Ela me incitou a desobedecê-la. Qualquer mãe acharia a atitude da minha um tanto quanto irresponsável, eu por outro lado nunca vi maior sapiência. Ela me deu a liberdade para errar e aprender, me apoiou. Pensei nisso até as sete.
Depois, passou pela minha mente a idéia de destino, que exigiria outra longa dissertação, mas gostaria de adiantar alguma coisa. O destino existe, mas só daqui pra trás, ele está escrito até onde estamos na linha do tempo. O que aconteceu não poderia ser de outra forma, se pudesse, o teria sido. Foi esse o pensamento que me deu a segurança que eu precisava para começar o dia, e mesmo com aquela irritação, sei que comecei bem o dia.
Tudo que eu fiz até hoje, nada deveria ser mudado, eu não quereria mudar nada. Vou me esforçar para errar, cada vez mais incauto. Talvez não tenham que mentir ao colocar no meu epitáfio: Ele amou muito, ele errou e fez tudo que queria. Ele viveu!
sábado, 7 de fevereiro de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirO texto realmente ficou muito bom!
ResponderExcluirmostra exatamnete como você é..
parece até aquelas conversas q nós dois temos.. e aquelas refloexoes tipicas suas mesmo! =)
que você não deixa pra viver amanha, vive logo tudo que pode hoje! e se hoje voce morresse o que me consolaria era que voce viveu e fez tudo que queria!! *-*
eu sei disso!