Acordo e já era hora de trabalhar. O som do despertador era um dos sons que mais me irritava. Na boca um desejo de tomar suco de manga e uma preguiça incontida de toda aquela rotina. Não tinha nada naquele dia que me desse tesão, avidez ou vontade para levantar. Eu podia ficar ali deitado por todo o tempo. Sei lá, inventava uma desculpa para poder não ir trabalhar, a faculdade depois eu estudava o que ia perder naquele dia. Iria fazer isso até que empurrasse um semestre, um ano. Não ia trabalhar hoje, mas cada dia eu ia ter a mesma preguiça. Eu conhecia aquelas manhãs de longa data. Levantei.
Mãos nos olhos, ainda querendo se fechar. O sonho vivo na cabeça e aquela sensação que ele deixara, algo estranho. Mais alguns minutos sentado, naquela posição de pensador com sono.
Vinham pensamentos em turbilhão, de repente me lembro de um e-mail que tinha que mandar. Sento-me com pressa no computador e mando. Não sei nem porque fizera aquilo. Mas agora já estava feito e eu poderia voltar a dormir em paz. Deito-me e lembro que tenho que acordar, daqui a pouco acordo, penso com meus botões, não! tem que ser agora!, mas agora que hora?. O relógio marcou vinte minutos de pura enrolação. Estava calor. Levantei e pensei que o chão poderia ser uma boa para refrescar. Deitar um pouquinho não faz mal a ninguém.
E aquela prova de redes, é que dia mesmo? Puxa, já é essa semana, tenho que estudar. Quais os dias que eu vou estudar? Hoje! porque se eu não começar hoje eu não começo mais dia nenhum. E que horas? Agora! Senão tambem não faço isso em hora nenhuma também. Mas que o chão está tão fresquinho...
Encosto a mão na cabeça e lembro de alguém. Engraçado como o tempo passa rápido e a gente nem vê, esquece as pessoas, esquece as coisas. Era uma memória que apesar de tudo eu guardaria com carinho... Espera, eu tinha que estar pensando em acordar, levantar. Foco!
Pois bem, prometo que a partir de agora só penso em levantar... É tão cruel essa vida! São apenas sete e meia da manhã e eu tenho que levantar. Quem me dera ter cinco anos de novo.
Sento no chão e começo a pensar em como vou fazer as coisas no meu dia e, de repente, levanto, de sopetão, corro para o chuveiro e entro na água gelada. Tem que ser assim! Tem que ter atitude senão nada acontece... que bela atitude, hein! demorou só meia hora... Mas ainda bem que configuro meu despertador para meia hora antes. Antes eram só cinco minutos, mas meu eu sonambulo de cinco minutos atrás sempre descobria esse pequeno artifício que eu usava sempre.
A água gelada corria no corpo arrancando calafrios. Sai me enxugando e vesti a roupa. Enquanto tomo café penso no quanto é estranho minha mãe em casa ainda a essa hora.
-Mas filho, pra que acordar tão cedo no sábado?
Nenhum comentário:
Postar um comentário