quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

A Morte

Estou a fitá-la nos olhos.
Ela se afasta conforme chego para tocá-la, não por medo, apenas adiando o inevitável.
Cada minuto me põe mais perto do ultimo suspiro.

Tem que ser assim, ela me faz abraçar cada centelha de luz, seus olhos cinzentos me fazem procurar a beleza da vida, me fazem olhar para o infinito do céu a noite e procurar o infinito dentro de mim. Ao mesmo tempo, ela me facina, sedutora como uma sereia.

Como o infinito dá paz! Ele dilui seus sofrimentos. É como beber um café muito amargo, mas que dissolvido no mar, não teria sabor nenhum. Somente o infinito supera a morte.

Como nossas vidas ficam mediocres perante as grandiosidades! Que é nossa vida quando comparada ao infinito? Onde está a grandiosidade humana quando a Morte colhe suas almas?
Nos imaginamos donos do destino, da verdade, somos humanos perdidos, achando que temos algum domínio sob alguma coisa. Nosso controle aparente é apenas para acalmar nosso desespero interior, desespero de não saber nada, não ter poder sobre nada, aquela angústia de impotência humana.

Hoje a noite antes de dormir, vou contemplar o céu pela ultima vez, vou me lembrar do infinito e da minha pequenez. Se eu me encontrar com a morte, o esquecimento eterno me abençoará com a paz, se não for dessa noite, pelo menos eu tenho um outro dia para escrever um novo texto. De qualquer maneira estou feliz.

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