O romantismo surge num período conturbado da história, a revolução francesa, e marca a literatura com romances de idealização da figura feminina, e a tentativa de escapar das dores através da criação de uma imagem de mundo.
A literatura, assim como a televisão e toda a mídia, é responsável pela criação da infelicidade humana, responsáveis por mitificar os relacionamentos amorosos, onde a felicidade se baseia em outro ser humano - qual felicidade é verdadeira quando depende de outra pessoa?
São filmes e novelas que mostram um romantismo e uma melação excessiva, e ainda por cima mostra a nós homens o lado errado da conquista, os mais inocentes acreditam que a entrega total e a revelação do sentimento é o caminho para um romance, uma historia com final feliz e tudo.
A televisão criou o amor fantasiado, assim como o amor materno foi 'criado' no fim do século XVIII, e o amor paterno vem sendo moldado por novelas que mostram pais separados cada vez mais unidos com suas crias, parecendo mais dois irmãos que realmente pai e filho se olharmos como era a relação entre ambos no século passado.
Essa mudança de comportamento da sociedade não é de fato má, entretanto tem que ser vista como realmente é: uma máscara para as relações cotidianas de reprodução e proteção da prole, o amor romântico é uma máscara para a 'dança do acasalamento' humana, o descuidado com essas fantasias muitas vezes traz angustia e infelicidade.
Quem nunca sonhou com um amor para toda a vida, achar alguém ideal, e não se imaginou sentado com essa pessoa vendo o pôr-do-sol? Não que sejam coisas impossíveis, achar alguém pra amar, mas devemos nos lembrar que o ser humano é cheio de defeitos, lembrar que por baixo da pele do outro também tem músculos, sangue, muco e outras sujeiras, somos todos mortais. Quando procuramos alguém ideal, ou idealizamos uma pessoa, compramos nossa insatisfação, passamos a depender de um amor inventado. Inventado por nós para ser o modelo do que achamos que é a felicidade, do que nos foi ensinado na TV e nos contos de fadas.
sábado, 10 de janeiro de 2009
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Cazuza deixou subentendido na música que adoramos um amor inventado. Tudo para suprimir um grande medo humano, o qual você também deixou nas entrelinhas: descobrir que não existe o parceiro perfeito. Na verdade já o sabemos, mas é confortável pensar que não. Bom texto, cara.
ResponderExcluirBom eu vou entrar um pouco no lance da INVERSÃO DE VALORES, onde NIETZSCHE descreve que há um deslocamento do eixo da verdade... e o malfeito, digamos assim, passa a ser o parâmetro do verdadeiro... A verdade, ainda que robustamente demonstrada - passa a ser não verdade."as pessoas que agem corretamente são tidas como otárias! Onde o bandido é o esperto, o honesto é tido como bobo; os inescrupulosos, desleais e corruptos é que alcançam os melhores cargos e os que puxam o tapete é que ganham mérito. Há uma desordem geral, as crianças estão aprendendo desde cedo a fazer o que dá mais lucro e não o que dá dignidade. E no campo amor, romance , relacionamento entre pessoas também existe isso e é marcante, onde hoje o 'ficar' é o trivial... nao é viável a exposição de sentimentos eos fracos sào massacrados quando se entregam, porque agora todo mundo tenta se armar, se ponderar porque existe medo do incerto porque nào se tem garantia daquilo que se tem ou mesmo do que nao se tem efetivamente. É um parque de diversòes no campo afetivo, por isso hj ha tantas duvidas e é tão dificil achar alguem e existir entrega e sinceridade, sem culpas ou ressabios. Porem é sábio o controle emocional porque ja nao se pode mudar mais o contexto, infelizmente. Antigamente esses problemas nao existiam e a entrega era certa e natural. Devemos ser comedidos no amor romantico mas nao podemos deixar morrer a essência e o ímpeto de acreditar...
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