quinta-feira, 15 de abril de 2010

O estrangeiro - parte 1

Ele chega e se depara com coisas estranhas. Era de se esperar: mas analisa tudo minunciosamente.
Chegou assim do nada, e sem ninguem ver. Chegou a noite, quando todos dormiam. Todos mesmo.
E quando chegou a primeira coisa que estranhou foi o que via pela janela das casas. Os humanos tinham um costume estanho, o de ficar sentados em frente a uma caixinha luminosa sem falar nada, mesmo que estivessem ao lado de varias pessoas, preferia sempre o que estava dentro da caixinha.

O estrangeiro pensou que o que tinha dentro da caixinha poderia dar sabedoria, riquezas, então procurou algo mais para se distrair. outra coisa estranha que viu foi que algumas pessoas ficavam sentadas no chão das calçadas, que é como chamavam por onde passavam, pedindo coisas para outras, mas que a maioria das outras pessoas nem reparava. Devia ser um ritual muito dificil aquele de ter que pedir coisas redondinhas e as pessoas não conseguirem ve-lo. Percebeu com o tempo que os seres humanos eram um pouco cegos. Uma vez uma pessoa tomou uma coisa de outra, e foram poucos os que perceberam, deveria ser uma coisa importante, apesar de pequena, pois a mulher - como chamavam aqueles humanos geralmente de cabelo maior e com o que chamavam de seios - chorou bastante depois de te-la perdido.

Reparou tambem que algumas pessoas ficavam pelas ruas falando alto e pedindo votos que, com certeza, deveriam ser mais faceis que aquela coisinha redondinha, já que os caras na calçada quase não eram vistos - descobriu que eles se chamavam mendigos - e esses, pelo contrario, eram as vezes aplaudidos. Mas reparou certo tom de falsidade em sua fala, já que falava muita coisa impossivel logicamente... não importa, os humanos deviam gostar dessa coisa... tradições, rituais, sabe como é.

O estrangeiro então deitou-se numa praça ao anoitecer e dormiu...


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